Graças ao meu trabalho, me facilita visitar o Brasil várias vezes ao ano.
Danielle Nascimento Edri
Não tenho a menor dúvida que meus pais terem deixado o Brasil para começar uma nova vida, nos Estados Unidos, foi a melhor decisão para toda a nossa família.
Comparado a meus pais, tive mais dificuldade de adaptação por causa da escola. O meu maior obstáculo foi chegar com 12 anos de idade, sem falar inglês; principalmente, porque a 30 anos atrás tinham poucos brasileiros vivendo em Orlando. Na minha escola, só conheci uma menina que falava o Português. Os primeiros 6 meses foram terríveis, porque sou muito tímida.
Com o tempo, aprendemos a lidar com a saudade. No início, a comunicação com os familiares no Brasil era feita através de cartas. A ligação telefônica era caríssima. Hoje em dia, tudo mudou e com a tecnologia tudo ficou mais fácil. Converso com os meus avós frequentemente via Facetime. Graças ao meu trabalho, em companhia aérea, por 20 anos, me facilita visitar o Brasil várias vezes ao ano.

Na minha opinião, existem muitas diferenças culturais entre os dois países. É difícil afirmar qual cultura é melhor, porque amo as duas; e, em ambas, existem seus pros e seus contras. Respeito o jeito de ser, mais reservado, dos americanos, que aos olhos dos brasileiros pode parecer muito frios.
Desde 1990, quando passei a residir em Orlando, tenho sido muito feliz e nunca pensei em sair daqui. Gosto de viajar e conheço vários países do mundo, o que me possibilita o conhecimento de comparar lugares e outras culturas. Jamais pensei na possibilidade de voltar a viver no Brasil. Não me acostumaria com a burocracia, com a falta de segurança e com a corrupção ao extremo.